O Parque Nacional de Santa Teresa é realmente fantástico. Um lugar privilegiado e que está pronto para recebê-lo de braços abertos. Dentro do parque você tem três opções: alugar uma cabana e curtir o conforto; acampar em uma zona onde você pode encontrar energia elétrica e água no espaço reservado para a sua barraca; ou, caso você goste de coisas bem naturais, pode optar por um camping selvagem em uma das outras áreas do parque. Vale apenas ressaltar que todas as áreas de camping são demarcadas pelo exército, responsável pelo parque, por isso não acampe a não ser que esteja em uma área específica.
Dentro do parque você encontrará várias coisas pra fazer, mas sem dúvida, a melhor de todas é caminhar livremente pelas praias e pelas pequenas trilhas observando as belezas da natureza. O parque também oferece um pequeno zôo, o jardim de inverno , invernáculo, e o jardim de verão, o sombráculo. Para fazer compras, você tem um pequeno mercado dentro mesmo do parque, um pouco mais caro, é verdade, mas nada de assustar.
Parque
Saindo do parque você pode visitar a famosa Fortaleza de Santa Tereza, que abre suas portas de sexta a domingo e mostra um pouco da história do Uruguai. Tem uma passagem por dentro do parque, mas é permitida apenas para militares. Mas se você pedir com um bom jeitinho brasileiro, você consegue passar. Nos seis dias que acampei por lá e tive passe livre pela saída secundária, além de sair sem ser cobrado pelo camping, economizando algo em torno de R$ 45,00.
Fortaleza
Montar base no parque é bom, pois caso precise voltar ao Brasil está há apenas 30 Km e também muito perto para visitar lugares paradisíacos como Punta Del Diablo e Cabo Polônio. Punta Del Diablo é um lindo balneário onde vivem aproximadamente 900 pessoas em suas casas simples e ruas de terra, mas no verão chega a receber mais de 20.000 turistas, como aconteceu na última temporada segundo dados da polícia local.
Já Cabo Polônio é ainda menor e para chegar lá tive que deixar a moto no estacionamento de uma das agências e subir em um 4 x 4 que faz o percurso pelo valor de 120 pesos, aproximadamente R$ 11,00. Cabo Polônio é um lugar realmente lindo e tive a sorte de estar em um dia ensolarado, pois pude subir os 132 degraus do farol e vê-la por cima. Caso você queira pode ficar em uma pousada, onde quartos são oferecidos por salgados 25 dólares, ou alugar uma cabana por 300 pesos, mais ou menos R$ 28,00, ou ainda procurar um quarto no pequeno albergue e pagar 250 pesos. Caso decida por ficar em Cabo Polônio, não deixe de levar seus mantimentos, pois na baixa temporada restaurantes são uma raridade nessa terra abençoada.
Cabo Polônio
Depois desses seis dias de imensa tranqüilidade segui viagem até La Paloma, outra cidade pitoresca da costa leste do Uruguai que merece ser visitada por sua beleza simples. Não deixe de assistir ao pôr do sol em cima do farol da cidade, é lindo. Passei apenas duas noites, o suficiente para conhecer tudo e, pagando 200 pesos, fiquei hospedado no pequeno albergue dos simpáticos Oscar e Mercedes.
La Paloma
Na Estrada, passei por Punta Del Este, Piriápolis e parei na pacata Atlântida. Atlântida é tão pequena quanto Piriápolis, porém conta com a vantagem de estar há apenas 45 Km da capital do país, Montevidéu. Alguns uruguaios optam por morar em Atlântida e trabalhar na capital, mantendo assim sua qualidade de vida nessa cidade que parece ter saído de um livro de conto de fadas. Outros marcam presença em suas praias nos finais de semana ensolarados e por isso sua estrutura diária é um pouco melhor. Fui muito bem recebido na casa de uma família de uruguaios que conheci em Garopaba e passei três dias maravilhosos com eles. Atlântida não tem muito o que fazer, mas andar pelas ruas do centro e pela praia no final da tarde enquanto o sol se esconde já são ótimos passeios. Fora isso as pessoas da cidade são muito simpáticas e não fique admirado se, ao ser apresentado a alguém, essa pessoa lhe cumprimente com um beijo no rosto. O beijo é um costume dos uruguaios, mesmo entre homens. Mas não se preocupe, você não vai virar “boiola” por retribuir, afinal, cultura é cultura e deve ser respeitada em qualquer parte do mundo.
Atlântida
Próxima parada: Montevidéu, a movimentada capital uruguaia
Fiquei em um albergue muito bem localizado e por isso pude aproveitar ao máximo o que a cidade oferece. A noite pude curtir a agitada Bartolomeu Mitre, uma rua com muitos bares e boites e no domingo fiz uma excelente programação turística. O primeiro programa do dia foi re-visitar a feira Christan Navajo, uma das mais tradicionais feiras não só de Montevidéu, mas de todo o Uruguai. Na feira você pode encontrar de tudo, tudo mesmo, mas também pode perder, perder sua bolsa, sua carteira, seu celular, por isso é bom ficar de olhos bem abertos.
Feira
Saindo da feira peguei um ônibus até o Mercado do Porto para me deliciar com um almoço em um de seus belos restaurantes. Continuando o dia turístico peguei outro ônibus e fui para o famoso estádio Centenário, pois hoje era dia de clássico do campeonato uruguaio: Nacional x Liverpool.
Mercado
Mas é claro que o aventureiro atrapalhado não poderia deixar essa passar em branco. Chegando no estádio, comprei o ingresso, R$ 3,60, na primeira bilheteria que vi e entrei. Só na arquibancada é que me dei conta que estava na torcida do Leverpool, mas até aí tudo bem. Uns dez minutos antes do jogo começar notei que alguns torcedores não paravam de olhar pra mim e comentar alguma coisa. Mas estava tudo tão tranqüilo, forte policiamento, estádio vazio, nenhuma briga, que não dei muita atenção. Só descobri o motivo quando os torcedores do Nacional, em número bem maior por sinal, levantaram suas bandeiras nas cores azul e vermelha, exatamente a cor da camisa que eu estava vestindo. Na hora não sabia se ria ou se chorava, mas tratei foi de colocar o casaco e fechar até a gola pra não correr o risco de ser linchado em pleno estádio Centenário. O Nacional acabou ganhando por 2 x 1 e de lá peguei um ônibus para ir até o Montevidéu Shopping, para o último programa do dia, assistir a um bom filme.
Estádio
Entrando na costa oeste cheguei na histórica Colônia do Sacramento após uns bons quilômetros de chuva e muito frio na estrada. Em Colônia o melhor que você pode e deve fazer é caminhar ao entardecer pelo seu centro histórico, lugar que lembra muito a pacata Paraty ao sul do Rio de Janeiro. Andar de bicicleta pela rambla e assistir ao pôr do sol na beira do rio também são boas opções.
Colônia
Passei por Mercedes, uma cidade sem muitos atrativos turísticos, mas, graças ao Beto, um brasileiro que me conheceu através do meu site, consegui uma autorização para visitar a tumultuada obra da fábrica de celulose uruguaia. Passei o dia andando por suas construções e acompanhando o nervosismo de uma obra dessa magnitude. No dia seguinte, para dar mais emoção, cruzei a fronteira com a Argentina e passei o dia com os manifestantes que mantém a rodovia fechada há mais de cinco meses, pois acreditam que a poluição dessa que possivelmente será a maior fábrica de celulose do mundo, acabará com os recursos naturais da região. Fui muito bem recebido por eles e foi muito interessante poder ver os dois lados da história.
Fábrica vista da ponte
No último sábado cheguei às Termas de Daymán, há 8 Km de Salto. Estou em um ótimo camping que tem até duas piscinas térmicas, pagando apenas R$ 4,60 por dia. O camping fica ao lado do parque termal que oferece 8 piscinas de água quente em diferentes temperaturas. A entrada do parque custa também R$ 4,60 e você pode entrar e sair quantas vezes quiser no dia. Estava merecendo essa relaxada…
Escolha ao lado e veja mais aventuras e matérias especialmente feitas pra você:
DE ACORDO COM A LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, o site www.trilhaseaventuras.com.br não se responsabiliza com o conteúdo escrito e veracidade nas matérias, sendo inteira e unicamente responsabilidade do Autor.