Amigos aventureiros, mais um feriado e como em todos os feriados prolongados a grande preocupação fica por conta da segurança nas estradas.
Estou em Garopaba - SC e no dia 05/04 fui assistir ao primeiro espetáculo totalmente ao vivo do teatro do núcleo Ivana Fraga da fundação Vida Urgente. Os atores, a princípio amadores, trabalharam como profissionais e emocionaram a todos que lotavam o auditório da faculdade Unisul em Imbituba. Passaram com clareza a mensagem que queriam, mensagem essa que serve para todos nós: No trânsito há vida!!!
O Núcleo Ivana Fraga (www.vidaurgentegaropaba.com.br) foi inaugurado no dia 18 de setembro de 2004, pelos pais da Ivana, falecida aos 22 anos no dia 03 de maio do mesmo ano em um acidente na BR 101, o Capitão Fraga e a Dna. Dilza. Por obra do destino eu estava em Garopaba e pude participar desse momento tão importante. Cheguei dois dias antes, exatamente no dia do aniversário da Dilza. Nossa empatia foi instantânea e pude ouvir dela algo que me marcou muito, me marcou pra sempre. Foi naquela tarde do dia 18 de setembro, em meio a correria para inauguração do núcleo. Lembro que naquele momento tive a sensação de sentir o mundo parar de girar, o relógio interromper o ciclo dos ponteiros, enquanto ela, segurando minha mão, dizia com seu forte sotaque gaúcho: "- Tenho certeza que tem dedo da Ivana nessa sua chegada, tenho certeza". Tive que concordar, tentando disfarçar em vão os olhos cheios de lágrimas.
A Dilza, o Fraga e toda família são um exemplo de vida, o exemplo de uma família que não se escondeu atrás da dor e buscou aprender a lição imposta pelo Criador. Com uma força que nunca pensaram que teriam, fundaram o núcleo, o grupo de teatro, lançaram um livro em homenagem a Ivana e estão vivendo, mas agora com a missão de conscientizar os jovens e adultos sobre a importância da vida nas estradas.
Tenho visto muita imprudência nas estradas nesse início de viagem, e olha que é só o início. Caminhões ultrapassando pelo acostamento e ultrapassagens perigosas fazem parte das imagens que não gostaria de guardar, mas que já fazem parte da expedição. Minha pergunta é: pra que isso? Será que uma vida inteira vale por apenas alguns minutos a mais? Se você tiver a chance de conversar com uma família que perdeu alguém no transito, garanto que irá refletir melhor sobre as suas atitudes atrás do volante. Faça esse teste, procure alguém, dê uma palavra de conforto e escute com atenção o que essa pessoa tem a lhe dizer, mesmo que seja um singelo olhar de lágrimas desprovido de palavras. Dói. Pode ter certeza, dói...
Em cidades como Rio e São Paulo, as mães ficam preocupadas com a violência, assaltos, bala perdida, mas aqui a realidade é outra. Grande parte das famílias já perdeu alguém querido nas estradas da região, principalmente na BR 101, que somente agora está sendo duplicada, por isso a preocupação fica ao saber que um filho está na estrada. Mais do que preocupação, o sentimento correto chama-se medo, medo de que aquela despedida venha a se tornar o último adeus.
Transcrevi um texto da capa do Diário Catarinense de 12 de março de 2007, logo após o carnaval:
"Estradas têm fim de semana trágico.
Depois do massacre ocorrido durante o Carnaval, as mortes voltaram a ser protagonistas nas estradas de Santa Catarina no final de semana.
Entre a noite de sexta-feira e às 22h de ontem 11 pessoas haviam perdido a vida em acidentes, a maioria na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Norte de Santa Catarina."
Somando isso com o quadro estatístico que coloquei no início do texto, você pode ver que não estou mentindo, muito menos exagerando sobre a condição das estradas catarinenses.
Por tudo isso, deixo meu apelo. A vida é urgente. Paz nas estradas!!! Respeite a vida!!! Esse é o apelo que deixo...
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