Pouca gente sabe, mas a Ipanema paulista é uma floresta localizada na cidade de Iperó, a cerca de 120 quilômetros da capital. A floresta é aberta à visitação e concentra mais de 20% de toda a fauna do estado. Além disso, o passeio oferece uma viagem no tempo.
Dentro da reserva ficam as ruínas da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, que foi construída no século XVI, por interesse da coroa portuguesa na exploração de ferro no Brasil. Para os interessados em conhecer história e biodiversidade, a reserva oferece hospedagem.
A floresta nacional é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e fica na região da Serra de Araçoiaba.
Há trilhas para todos os gostos. A trilha Afonso Sardinha é uma das mais interessantes. Tem 1,2 km de extensão, começa na estrada da Lagoa da Cobra e é um sítio arqueológico, reconhecido como a primeira tentativa de fabricação de ferro em solo americano.
No século XVI, era por ali que Afonso Sardinha seguia em busca de índios para escravizar e ferro para extrair. Hoje, a mata no local está em processo de regeneração, atraindo animais típicos da fauna brasileira, como quatis, gambás e jaguatiricas. Em algumas épocas do ano, e com muita sorte, os visitantes conseguem ver macacos nas copas das árvores.
Outra trilha do local, a Pedra Santa, requer mais preparo físico, porque tem 5,7 km. O nome da trilha tem origem na figura lendária do Monge Giovanni d’Augustini, que viveu, no Morro Araçoiaba, entre 1844 e 1852. No caminho, além da fauna e da flora local, é possível ver várias formações rochosas. No final da trilha fica o Monumento a Varnhagen, o mausoléu feito para receber os restos mortais de Francisco Adolfo de Varnhagen, o primeiro pesquisador dos documentos oficiais do Brasil. Ele foi o responsável por localizar a Carta do Descobrimento e o túmulo de Pedro Alvarez Cabral. O monumento ainda faz as vezes de mirante. De lá é possível ver Votorantim, Sorocaba, Iperó e Boituva, cidades próximas.
As trilhas são feitas obrigatoriamente com um monitor. A taxa é de R$ 3 por pessoa para grupos com mais de seis componentes. Para grupos menores, a taxa é R$ 18.
Pelo lado histórico, a reserva abriga as ruínas da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, que foi construída no século XVI, por interesse da coroa portuguesa na exploração de ferro.
O passeio pela área da fábrica leva a uma viagem pelo Brasil Colônia. Até a chegada da família real, em 1808, a fábrica tinha autorizações temporárias de funcionamento. Quando ela fechava, os fundidores que trabalhavam ali costumavam se dispersar. Esses pequenos fluxos migratórios acabaram dando origem a algumas cidades da região, como Sorocaba.
Em meio as ruínas, os visitantes ainda podem ver um autêntico Relógio do Sol, construído em 1863. Ele marca também a passagem do Trópico de Capricórnio no local.
Também estão ali um Pórtico, fundido em 1841, para homenagear o primeiro aniversário da maioridade de Dom Pedro II. Ele só foi visto pelo imperador em 1846, em sua primeira visita a Ipanema. Dentro do complexo ainda há um interessante cemitério. Ele foi construído para receber os corpos de qualquer pessoa não católica. Ali estão enterrados os corpos de suecos, ingleses que trabalhavam no local. Por serem considerados hereges, a Igreja não permitia que fossem enterrados com os católicos.
Os visitantes têm a opção de passar o fim de semana na floresta da Ipanema para apreciar tudo. No local, há apartamentos, com três camas de solteiro cada, que custam R$ 30 por noite (independente do número de camas ocupadas). A reserva conta com lanchonete e restaurante. Há ainda a possibilidade de acampar, por R$ 6 a noite.
Outra opção é reservar com antecedência um quiosque para churrasco, que custa R$ 12 por dia. Para as crianças, os playground completa a diversão. Qualquer pessoa que entra na reserva, independente de pernoitar ou não, paga R$ 3. Estão isentos apenas os menores de 7 anos e os maiores de 70. Quem vai para pescar na represa desembolsa mais R$ 5.
Como chegar
Para chegar é só seguir o roteiro preparado para GPS, no arquivo em anexo beto_ipanema.gtm
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