Relato da viagem de 642 dias entre a Antártica e o Ártico a bordo do veleiro Paratii no período de 1989 a 1991. Texto da orelha do livro, escrito por Juca Kfouri
"Bem-vindo a bordo. Você vai começar a fazer uma viagem inesquecível. Aliás, duas viagens. Uma, calma, saborosa, sem sobressaltos ou tédio. A outra, plena de aventuras, repleta de emoções, rumo ao desconhecido. Ambas têm como comandante uma figura rara. Alguém capaz de navegar com rara competência pelo mundo das letras e pelos oceanos do mundo. Amyr Klink é mesmo um brasileiro notável. Como poucos sabe viver experiências incomuns, o que por si só justifica uma existência. Além disso, é também extremamente talentoso para contar sua epopéia.
A primeira viagem você faz ao saborear este Paratii: entre dois pólos. A segunda será feita dentro do barco, sem enjoar. Quinhentos anos depois que os europeus e suas caravelas chegaram à América, um brasileiro relatra a expedição que o levou à Antártica, tendo como companhia apenas os albatrozes e os pinguins. E dormindo só 45 minutos por vez, o tempo exato de cada período de um jogo de futebol.
O navegante solitário, livre por natureza, percorreu milhas e milhas para...ficar preso. Preso pelo gelo e por opção. Solto para sonhar diante da imensidão, entre o céu e o mar, o sol e as estrelas. Treze meses absolutamente ímpares nos quais nunca um dia foi igual ao outro, no continente branco que é multicolorido, tão árido e tão vivo simultaneamente. Amyr Klink se encontra no mar. O nosso encontro é no livro. Amyr no mar é como sereio, meio homem, meio peixe. No livro é um sábio, poeta das melhores histírias do século XX, quando o homem domou o espaço sem perder o fascínio que as ondas não param de despertar.
Icebergs, tempestades, leões-marinhos, dias longos, noites curtas, reflexões sem fim. Visitas humanas aqui e ali, mais ali do que aqui. Cristóvão Colombo há de desculpar. Mas é inegável a vantagem de Amyr Klink. Mais que um continente, Amyr descobre a vida e não causa polêmicas. Ele é uma unanimidade como navegador e escritor."
Irapuã de Oliveira Pires - PR, 19/5/2002
É um livro de belo encarte com algumas das fotos da viajem. A história não tem o mesmo brilho romantico de outros livros pois deixa transparecer o poderio financeiro do rico aventureiro Amyr Klink. Mas é uma boa opção de literatura de aventura. Se o leitor tiver paciência de superar os trechos enfadonhos poderá conhecer os detalhes desta viagem solitária, bem como as histórias de outros aventureiros sempre citadas por Amyr em seus livros.