Os dois anos, 1913 e 1914, abrigaram as duas últimas expedições à moda antiga às regiões polares feitas em barcos de madeira, antes da era do rádio e dos aviões - o Karluk foi para o norte e o Endurance para o sul. As duas embarcações encontraram o mesmo destino. As duas histórias falam de jornadas corajosas de 1100 a 1300 quilômetros em busca de resgate. Uma terminou bem e foi registrada fiel e inteiramente; a outra terminou de modo trágico sem nunca ter sido documentada de forma completa e verdadeira.
Essa é a história épica de uma aventura real que rivaliza com a mais dramática ficção. Pesquisando os diários daqueles que foram resgatados e dos que não resistiram, através de entrevista com a única sobrevivente ainda viva - filha de esquimós que na época estava com quatro anos - Jennifer Niven recriou com uma precisão e intimidade surpreendentes, a jornada desastrosa do Karluk e as tentativas desesperadas da tripulação para descobrir o caminho de volta para casa partindo do deserto gelado do Ártico.
Marcelo Ferroni - SP, 1/4/2002
Era para ser uma expedição bem-sucedida ao Ártico, mas acabou se tornando uma catástrofe. O navio Karluk, velho e mal equipado para enfrentar geleiras, deixou o Alasca em junho de 1913 carregando 31 tripulantes. No meio do caminho, acabou preso em uma geleira e passou cinco meses vagando sem controle. A tripulação teve ainda que esperar pelo resgate por mais 12 meses em uma ilha gelada, depois que o Karluk naufragou.
Baseado em documentos e diários da expedição e com uma narrativa envolvente, o livro é uma ótima opção para ler em dias mais frios.