Lançado em 1951, este clássico da aventura relata uma das expedições mais dramáticas já vividas na montanha. Impossibilitado de escrever, seu autor ditou-o na cama do hospital onde se recuperava dos danos físicos sofridos durante a escalada.
No dia 3 de junho de 1950, o francês Maurice Herzog e seu companheiro de equipe Louis Lachenal alcançaram o topo do monte Annapurna, no Himalaia, tornando-se os primeiros a conquistar uma das catorze montanhas de mais de 8 mil metros do mundo. O feito se concretizou depois de meses de esforço para estabelecer a rota de ataque, numa região ainda não mapeada, sob imensas dificuldades e no limite de tempo estabelecido pela chegada da monção, prevista para os primeiros dias de junho: seria preciso abandonar a montanha antes que ela chegasse, com seus ventos fortíssimos e suas chuvas diluvianas.
Desde a travessia do sul do Nepal e da conquista do cume até a volta penosa da recepção aos heróis, a narrativa de Herzog, líder da expedição, é de tirar o fôlego.
Orelha
Na noite de 28 de março de 1950 um grupo muito especial está reunido na sede do Clube Alpino Francês, na rua de La Boétie, em Paris: nove montanhistas a ponto de empreender uma aventura pioneira – e perigosíssima. De fato, embora se mostrem serenos e objetivos enquanto definem as últimas providências, sabem que em breve enfrentarão a morte de perto nas escarpas geladas do Himalaia.
Lucien Devies, presidente do clube, é o grande promotor da expedição, cujo objetivo é impulsionar o alpinismo francês e dar lhe estatura internacional. Os líderes da grande corrida pela conquista do Himalaia, iniciada mais de cinqüenta anos antes, são inquestionavelmente os britânicos, que já em 1924 atingiam 8500 metros nas encostas do Everest. Em 1950, porém, nenhum dos catorze “gigantes” do mundo – montanhas com mais de 8000 metros – foi conquistado, e essa é a estratégia de Devies: se a equipe que naquela noite se debruça sobre mapas e define rotas tiver sucesso, de um dia para o outro a França estará entre os primeiríssimos do mundo.
Pouco mais do que dois meses depois, no dia 3 de junho, Maurice Herzog e Louis Lachenal realizam a façanha de conquistar os 8075 metros do Annapurna e a França ocupa as manchetes de todos os jornais. Nunca uma aventura humana encontrara tamanho sucesso público. Mas a que preço! Mutilações, sofrimentos físicos quase intoleráveis, amputações a frio...
O relato de Maurice Herzog é eletrizante. Em frases curtas, impregnadas de emoção, conduz o leitor a limites quase inimagináveis de arrojo e resistência e dá vida a uma natureza intocada, secreta, que raríssimos olhos já contemplaram.
O autor
O francês Maurice Herzog nasceu em Lyon, em 1919, e sempre procurou conciliar sua paixão pela montanha e seu comprometimento social. O acidente no Annapurna não o distanciou do alpinismo, pois foi presidente do Clube Alpino Francês de 1952 a 1955, membro do Comitê Olímpico Internacional, Ministro de Estado para a Juventude e os Esportes de 1958 a 1966 e prefeito de Chamonix de 1968 a 1977. Entre vários outros livros, é autor de Les grandes aventures de l’Himalaya.
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